terça-feira, 15 de setembro de 2009

“Prazer” restrito


Mesmo após tantos anos da chamada Revolução Feminina, as mulheres ainda não sabem lidar com prazer, e não estou falando (apenas) de prazer sexual.
Fico pensando que a busca da Revolução por igualdade, manteve a mulher praticamente no mesmo lugar. Não quero discutir as(inegáveis) conquistas no direito, trabalho; mas ampliar a discussão para o emocional.
A conquista que falta às mulheres é se permitir prazer..
Nosso contexto social e familiar não permite às mulheres o brincar, o lúdico... Desde a infância a menina aprende que o seu brincar é restrito, afinal ela é uma ‘mocinha’, determinadas atitudes não são bonitas, não são convenientes.
Como alguém brinca sem gritar, sem se sujar, sem bagunçar os cabelos?? Os meninos - ao contrário - gritam, se jogam no chão, sobem em árvores, se sujam....
Festa de criança!!! Já perceberam como a maioria das meninas vão vestidas? Como brincar com tanto laço, babado, meias?
Assim, as mulheres crescem sem saber o que é se divertir. O dever está sempre na frente. A tripla jornada é uma conseqüência, a ideia de fazer tudo bem feito e no tempo certo.
Se acontece um almoço em família, reparem aonde ficam os homens e aonde ficam as mulheres...eles estão conversando, bebendo, rindo...elas correndo de um lado para outro, lavando, exigindo...
A (re)evolução das mulheres é se permitir brincar, sentir prazer, rir mais...abrir janelas para um novo mundo.
Mulheres e homens são diferentes, mas ambos podem e merecem brincar!

Imagem: Marc Chagall (Google Images)