terça-feira, 19 de junho de 2012

TEMPLOS


Neste mês comemoramos o dia do meio ambiente, uma maneira de lembrar que precisamos repensar nossos hábitos em prol da saúde do planeta e das próximas gerações.
Ao repensar o assunto, emerge a palavra consumismo, que evoca “desejo”. Desejo que faz parte do ser humano, que é infinito, jamais satisfeito – e, exatamente por isto cada vez mais cobiçado.
A mídia nos leva a crer que o desejo será satisfeito ao comprarmos algo, a imagem que iremos mostrar aos outros.
O lugar de realizar tal desejo são os shoppings centers. Cada dia surge mais um, sempre com a promessa de  ser o maior, o melhor. Lugar da diferença, não aberto a todos, de não refletir (é para comprar agora!), de satisfazer (ilusoriamente) o desejo, mesmo que não se saiba qual.
Deixamos de lado nossos templos sagrados – lugar de reflexão, contemplação, lugar onde todos são ‘irmãos’ e trocamos por estes templos de consumo. Antes aos domingos, as famílias iam aos templos sagrados buscar a paz; atualmente a ida aos templos de consumo gera discórdias, brigas.
Se nossos templos mudaram, é natural que nosso planeta (e nós) estejamos cada vez mais doentes. O novo templo diz que você não será bom, bonito, enquanto não tiver determinado produto. Enquanto não tem você vive a angústia de não ter, após adquirir percebe que a promessa era falsa.
O vazio continua e é preciso uma próxima compra – com certeza resolverá o problema!!  O ciclo consumista está pronto.
Até hoje não demos conta de obedecer a ordem dada para Adão e Eva no Gênesis, ou seja eles tinham apenas que cuidar do jardim; ao invés disso passaram a desejar o impossível.

(A Rede Minas tem exibido uma série de reportagens no programa Planeta, vale a pena assistir)

Imagem: Google images