sábado, 22 de dezembro de 2012

Fim do ano?!!!

Todo fim de dezembro é a mesma coisa...uma correria e todos dizendo que o ano está acabando e outro irá começar. Para alguns é como se fosse o fim de tudo, o ano acaba e com ele acabam as preocupações, dívidas (por isto,muitos se endividam e ‘esquecem’ que as contas chegam), enfim é sempre a sensação de que tudo que não é bom irá sumir em um passe de mágica.
Mas não é assim....
A vida é cíclica, é um continuum, como tudo que tem movimento há altos e baixos, alegrias e tristezas, escolhas, sementes que nascem...
Portanto, a vida continua...há uma mudança no calendário. O que você plantou?
Não adianta semear ódio esperando nascer amor, não semeie guerra desejando paz; inimizade buscando amizade... sementes dão frutos (e muitos).
O ano não acaba e tudo chega ao fim!

Por mais que algumas portas se fecharam, você não irá (re) começar do ‘zero’; já aprendeu algo (ou pelo menos deveria).
Aceite que algumas coisas é passado! Aceite que nem tudo acontece como você quer!
A vida continua em 2013....
Feliz continuidade....

(Texto publicado em 2010, reformulado)
Imagem: Google

sábado, 10 de novembro de 2012

50 TONS DE CINZA



Sem dúvida alguma a trilogia 50 tons de cinza são os livros mais comentados do momento – pelo menos no universo feminino.
            Não quero fazer uma análise literária dos livros nem uma avaliação, então este texto traz apenas uma reflexão. Acredito que tudo aquilo que mexe com grande parte das pessoas – seja por gostar ou não – merece uma certa dose de atenção.
            50 tons fala do relacionamento entre Christian e Anastásia. Relacionamento afetivo com todos os clichês do romance, mas chama a atenção o “aparecimento” de um contrato de confidencialidade, nada de ficar discutindo o relacionamento do casal com as amigas, assinado por ambas as partes após a concordância.
            Depois há outro contrato no qual são acordados quais os limites de cada um nas relações sexuais, incluindo a prática sadomasoquista....
            É exatamente o ponto que me chama atenção: os contratos!! Em toda relação há um contrato; na relação afetiva ele é firmado desde o primeiro encontro. Tudo bem! Na maioria das vezes, ninguém coloca no papel, este é um contrato inconsciente; os casais ‘assinam’ e pronto!
            O interessante nos personagens é que eles negociam este contrato. Antes de assinar, eles discutem os pontos que concordam ou não. Surge então um espaço para negociações, para ouvir o outro, para os limites de cada um e, a partir disso acontecem as mudanças em ambos.
            Acredito que este seja o desafio das relações afetivas, ou seja, o diálogo, a possibilidade de ouvir um e outro, de reconhecer os limites de cada um e respeitar, de cada um aprender algo com o outro. De reavaliar o contrato; com o tempo algumas cláusulas caducam; não é porque era válido há 20 anos atrás que tem de continuar a valer.
            O diálogo permite o crescimento e a transformação na relação afetiva, o príncipe encantado perfeito não existe, nem a princesa. Construir uma relação é desafiador e ambos necessitam de querer esta construção.
            Portanto, avaliem o contrato!!!
IMAGEM: JAMES, E.L. 50 tons de cinza

terça-feira, 11 de setembro de 2012

SAUDADE




Há uma propaganda na TV que diz “o melhor momento é agora”. E é verdade!!
Muitas vezes ficamos presos na tal da “saudade”, desejando voltar à infância, adolescência, para o ex (seja qual for o sentido para você!), voltar àquele momento e uma lista enorme....
Em terapia, é comum as pessoas dizerem que sentem tanta saudade, disso ou daquilo que chega a doer! Também é verdade! Sofrer dói!
O pensamento viaja, a “saudade” fala como se não houvesse outras possibilidades. A “saudade” paralisa no passado, no sofrimento, na dor.
Também é fato que nada será como antes, se você viver o mesmo momento não será do mesmo jeito, algo já foi aprendido, já foi vivido. É fácil dizer que faria diferente se acontecesse hoje, é por ter vivenciado que você faria diferente.
Pode ter sido bom, mas passou, acabou! Pode ter sido ruim, mas passou! Levante, sacode a poeira e continue o caminho. A vida tem novas possibilidades: o melhor momento é o AGORA.
Olhe para trás para aprender, refletir, guardar o que vale a pena e olhe para frente para continuar...

Imagem: Google

terça-feira, 19 de junho de 2012

TEMPLOS


Neste mês comemoramos o dia do meio ambiente, uma maneira de lembrar que precisamos repensar nossos hábitos em prol da saúde do planeta e das próximas gerações.
Ao repensar o assunto, emerge a palavra consumismo, que evoca “desejo”. Desejo que faz parte do ser humano, que é infinito, jamais satisfeito – e, exatamente por isto cada vez mais cobiçado.
A mídia nos leva a crer que o desejo será satisfeito ao comprarmos algo, a imagem que iremos mostrar aos outros.
O lugar de realizar tal desejo são os shoppings centers. Cada dia surge mais um, sempre com a promessa de  ser o maior, o melhor. Lugar da diferença, não aberto a todos, de não refletir (é para comprar agora!), de satisfazer (ilusoriamente) o desejo, mesmo que não se saiba qual.
Deixamos de lado nossos templos sagrados – lugar de reflexão, contemplação, lugar onde todos são ‘irmãos’ e trocamos por estes templos de consumo. Antes aos domingos, as famílias iam aos templos sagrados buscar a paz; atualmente a ida aos templos de consumo gera discórdias, brigas.
Se nossos templos mudaram, é natural que nosso planeta (e nós) estejamos cada vez mais doentes. O novo templo diz que você não será bom, bonito, enquanto não tiver determinado produto. Enquanto não tem você vive a angústia de não ter, após adquirir percebe que a promessa era falsa.
O vazio continua e é preciso uma próxima compra – com certeza resolverá o problema!!  O ciclo consumista está pronto.
Até hoje não demos conta de obedecer a ordem dada para Adão e Eva no Gênesis, ou seja eles tinham apenas que cuidar do jardim; ao invés disso passaram a desejar o impossível.

(A Rede Minas tem exibido uma série de reportagens no programa Planeta, vale a pena assistir)

Imagem: Google images

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sob o sol da Toscana

Perdas, dores, decepções....quem nunca vivenciou tais momentos.
A sensação de que o mundo caiu, o tapete foi puxado e ficamos sem nenhum ponto de apoio....nesses momentos parece que a possibilidade de reconstrução não existe.
Ficamos secos!
No filme Sob o sol de Toscana, tal sensação é maravilhosamente simbolizada. Após um divórcio, a personagem (Frances) vê seus projetos, sonhos, investimentos em um relacionamento desaparecerem diante de si...só restam a dor, a mágoa, a decepção, a raiva...
A primeira solução é lamentar-se, chorar, ter pena de si mesma... momentos que podem parecer úteis por um tempo...mas não para sempre!! A vida continua... parece clichê, mas é verdade. O mundo não pára por causa de nossa dor.
O segundo momento de Frances é investir em um novo projeto....a compra de uma casa em ruínas...nada mais simbólico para retratar como ela mesma se sentia.
Sutilmente o filme exibe uma torneira: sem água, enferrujada...falta vida. Frances também estava assim, sem o movimento e a beleza das águas...sem vida. Nada mais vital do que a água, nada mais maravilhoso.
A reconstrução da casa nos leva a caminhar junto com Frances na reconstrução de si mesma: novas possibilidades, novos sonhos, novos amigos, novos amores....
E a torneira começa a pingar.... há possibilidade! Sim, mesmo após as perdas, há possibilidades de recomeçar...é preciso se ver, se ouvir, se amar.
Aos poucos a torneira começa a jorrar água...traz vida! A casa ganha calor, alegria, amor.....a água inunda a vida de Frances.
Como você tem vivido? Há espaço para novos projetos em sua vida? Você parou em algum ponto e continua se consumindo na raiva, mágoa, sua torneira não tem uma gota de água?
Reconstrua.... 
(Texto escrito e publicado no blog em 2007)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ESTAÇÕES



Sempre que o verão chega é comum ser mencionado como a estação mais bonita do ano, e se chover (o que é comum!) dizem que o tempo está péssimo e a pergunta é “quando o sol irá aparecer”?
Sem questionar os estragos de uma tempestade (não é meu foco)! Depois de ouvir tal pergunta por diversas vezes, comecei a refletir sobre o que é tempo bom, o que é estação mais bonita.
Cada estação marca algo de belo e, esse algo difere de uma para outra, mas cada uma tem uma beleza.
Cada pessoa também pode gostar mais de uma estação do que de outra. Ouvi de uma pessoa que nasceu no norte de Minas (região conhecida pela seca) que “tempo bonito, é tempo de chuva”. Prova de que nossos olhos, nossas necessidades, nossas expectativas conduzem nosso gostar.
Nossas vidas são como as estações do ano, cada momento marca coisas diferentes. Se você achar que só a estação que passou era boa (infância, juventude, por exemplo), você não irá desfrutar da estação presente e pode perder a próxima.
Afinal, se as sementes não forem plantadas agora, não irão germinar na estação seguinte. Se você ficar agarrado, acreditando que só o verão é bonito, pode perder as flores da primavera, a beleza do outono, o aconchego do inverno.


Imagem: Google images