
Minha avó dizia que ‘todo balaio tem sua tampa’ (para nós
mineiros há outros ditados com o mesmo sentido)
Assim, a menina cresce esperando encontrar (ou ser
encontrada) pela tão sonhada tampa ou sua outra metade que vaga pelo mundo à
meia também!
A verdade é que não existe ninguém que irá nos completar,
não existe alguém responsável por nos fazer feliz. É preciso abandonar a
fantasia infantil para estar aberto às relações adultas. Continuar nesse ideal
de busca pela metade perdida não constrói relações saudáveis.
Quem espera que outro o complete, ao primeiro sinal de ‘falha’
sai em busca de outra tampa, de outra metade; pois acredita que falhar seja indício
de incompletude.
Quem almeja encontrar felicidade no parceiro (a); foge
quando o tempo fica nublado. Nublado podem ser os contratempos da vida, as dificuldades
pelas quais todos passamos em um momento ou outro. Pode ser o corpo que não é
mais o mesmo do início do relacionamento, pode ser a condição financeira, a saúde...
Se o parceiro (a) é responsável pela sua felicidade, ele
(a) não tem direito a errar, da mesma maneira que a criança acredita que papai
e mamãe são seres que são capazes de qualquer coisa e infalíveis!
Como adultos somos responsáveis por nós – pelas alegrias
e tristezas – pelas escolhas que fazemos. Somos responsáveis pela nossa parte
em cada relacionamento, é sinal de maturidade assumir o que é seu e parar de
responsabilizar/culpar o parceiro (a) por tudo o que deu certo ou errado (na
maioria das vezes, o outro é culpado quando algo dá errado).
Quando se torna responsável por você mesmo, sai da posição
infantil de buscar um parceiro (a) com função materna/paterna que te dê
garantias que não há monstros debaixo da cama.
O interessante nas relações afetivas é que as pessoas que
ocupam posição infantil se encontram com aquelas que ocupam a posição
maternal/paternal e irão construir essas relações infantilizadas que estão cada
vez mais comuns.
Preste atenção no papel que você ocupa, talvez seja o
momento de crescer. A psicoterapia sistêmica lança luz sobre as alianças, os
mitos, as lealdades familiares que contribuem para que alguns fiquem na posição
infantil. É possível fazer as pazes com o sistema familiar e seguir com sua
vida. Você faz parte da sua família, mas tem uma história a escrever.
Talvez você já tenha se acostumado a ser a criança da família,
amadurecer às vezes vem com uma crise; acredite: vale a pena ser gente adulta.
Imagem: Google images
2 comentários:
Muito verdadeiro. Assumir nossas responsabilidades é parte do crescimento e traz libertação.
Sou feliz pq sou feliz. E não coloco minha felicidade dependente de nada e de ninguém. Simples assim.
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