segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Ipês (Florescendo na seca)



Tenho observado os ipês....os rosas estão floridos...simplesmente maravilhosos.
O mais interessante é que as árvores ficam completamente secas e aí aparecem os buquês de flores...quanto mais secas, mais flores nas árvores.
E por um capricho, se você corre e não “perde” tempo em olhar para cima, as flores caem e deixam um tapete em meio às ruas agitadas da cidade. Para aqueles que não olham para cima, resta uma opção de pisar sobre belas flores.
Tal como os ipês, todos passamos por estações de seca, sem folhas, sem expectativas..
Não há ninguém que passe pela vida sem momentos difíceis, eles podem ser nomeados como perda de trabalho, de alguém que se ama... Mas eles podem não ter uma ‘razão’, o que não impede de estar machucando, por exemplo a perda da esperança, a tristeza sem saber porque, aquele aperto no peito que (aparentemente) não tem motivo!
Não importa, dói! Mas há possibilidade de florescer no meio da sequidão. Uma das decisões é não brigar com a vida, não adianta ficar se lamentando e dizendo que não merece, que aquilo não podia acontecer. Aconteceu! A decisão de como enfrentar é de cada um, é sua.
Não é verdade que momentos difíceis fazem as pessoas crescerem. Tais momentos PODEM levar ao crescimento, depende de como será enfrentado, como você irá lidar com eles.
Em meio às adversidades você pode armazenar forças para florescer para si e para outros.

Imagem: Google images

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Homens


Achei que faltava, nesse blog, um texto para (sobre) os homens.
Não é incomum ouvir a pergunta: O que está acontecendo com os homens?
Acredito que eles estão em processo de evolução (vocês não acharam que eles iam ficar parados no tempo?).
A tal da revolução feminina (já discutida por aqui) colocou homens e mulheres em combate. Eles foram descartados como se não tivessem valor algum. As mulheres proclamaram aos ‘gritos’ que não dependiam de homem algum, eram auto-suficientes....
Os homens não sabiam como agir, o que fazer com tudo que havia sido aprendido desde tempos e tempos?! Que lugar eles iriam ocupar?
Se não eram provedores, o que seriam? Se a idéia do macho, cercado de mulheres, não era mais bem vista, o que fazer?
Enfrentaram uma batalha e tanto....Se abriam a porta do carro (era frescura), se não abriam (não sabiam como tratar uma mulher)... chegou a vez deles perguntarem: Quem eram? O que fazer nesse ‘novo mundo’? O que as mulheres querem?
O importante é que, como todo caçador, não desistiram e estão se descobrindo. Descobrem que podem ser gentis, sensíveis, criativos, trocar fraldas, cozinhar, lavar, e uma longa lista... e tudo isso sem perder a masculinidade.
Ser homem é muito mais do que ser ‘macho’; essa fase tem passado. Ser homem, é ser humano! Isso significa que eles sofrem, têm medo, amam...
Essa é a evolução dos homens. Perfeitos? Jamais!
Complexos? Muito! (Também somos)
Com a palavra, os homens...

Imagem: Google images (Oliver na cozinha)

domingo, 6 de julho de 2008

Carência afetiva e alimentação


As histórias sobre comida são ricas e variadas, indo além pode esconder questões importantes: quando se está triste logo se apresenta uma canja, leite quente, docinho... a comida ocupa o lugar do diálogo, do parar e ouvir qual é a dor do outro; ou então a dor é ‘ouvida’ mas abafada pelo alimento ‘coma que isso passa’. Adoce sua vida.
Assim se cresce, aprendendo que comer alivia o sofrimento, traz novas sensações...aos poucos começa a empanturrar de comida, já que a dor continua ali...é preciso comer mais para evitar que ela apareça.
É mais fácil evitar a dor responsabilizando a comida...assim ao se sentir rejeitado(a), a pessoa racionaliza que isso é porque está acima do peso, quando emagrecer será diferente.
A comida é a companheira para todos os momentos, não reclama, não vai embora quando mais se precisa dela, não abandona.
Os regimes não funcionam porque comida e peso são sintomas, não os problemas.
A comida ocupa o tempo. Engordar e emagrecer, regimes...tornam uma montanha russa emocional. Você se odeia por comer demais e quer emagrecer, ou quer acabar com você porque come demais. Sofrer é uma maneira de estar no mundo.
Qual a dor que a comida esconde?
Qual a sensação não pôde ser vivida?
A pessoa vive com a sensação de quando for magra conseguirá conquistar aquilo que deseja. Será?!!
Imagem: Google images

domingo, 25 de maio de 2008

Tem Receita?

“Filho não vem com manual?” Quem nunca ouviu essa frase?
É verdade! Nem filho, nem pais, nem namorados...são relacionamentos, isso significa que devem ser cultivados. O processo é contínuo, dia-a-dia ele é vivenciado,aprendido.Não há receita para nenhum deles ou talvez exista: se entregar, estar disponível para o outro.
Relacionar-se pede disposição, demanda tempo, olhos nos olhos, escutar o outro; o que parece totalmente avesso ao mundo de alta tecnologia, onde tudo se torna efêmero num piscar de olhos.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Relacionamentos (virtuais)


Existem! Não devem ser negados ou menosprezados. Podem ou não ser saudáveis. Podem ou não ‘dar certo’.
Porém, nenhum relacionamento sobrevive no virtual, relacionamento precisa de realidade para saber se tem valor.
A realidade traz à prova aquilo que chamou atenção no outro: a conversa agradável, as afinidades, os desejos, projetos. É no real que há a possibilidade de que ele (a) não seja tão belo, tão maravilhoso, tal perfeito quanto foi idealizado (quando há mentiras, é pior).
Mas é diante dessa não perfeição que o relacionamento pode se concretizar, afinal ninguém é perfeito; as diferenças podem contribuir para o crescimento quando há movimento nessa direção.
A prova da realidade pode transformar o virtual em algo real e belo, é preciso se perguntar se há disponibilidade para correr o risco de se deixar conhecer, de se abrir para o outro e ambos construírem algo novo. Ambos se deparem com qualidades e defeitos, mas aprendam a lapidar as arestas.
Do contrário, haverá sempre a possibilidade de se esconder diante da tela do computador e construir um mundo de faz-de-conta, a moderna torre da Rapunzel.
Ninguém tem garantia de que o relacionamento dará certo, não importa se o encontro foi em um bar, no cinema, na locadora ou no computador.
É na realidade que se constrói relacionamentos, é se rela-cionando que há chances de evoluir. É preciso uma boa dose de coragem para tirar os olhos do virtual, de abrir mão da idealização e olhar nos olhos...

Foto:Arquivo pessoal (BH,2007)

domingo, 23 de março de 2008

Orientação profissional

Muitas pessoas perguntam se Orientação Profissional tem valor, se vale a pena “fazer orientação profissional”.
Depende!! Se você espera uma resposta mágica, uma solução rápida para acabar com a angústia da escolha... não espere encontrar isso em um processo terapêutico de orientação profissional.
Sim, terapêutico!! Geralmente com número de sessões definido e com o foco específico para discutir as questões que envolvem a escolha profissional. Isso quer dizer que quem busca Orientação Profissional precisa de lidar com as angústias, dificuldades dessa escolha, mitos familiares que estão presentes conscientes ou não e todas as outras questões que cada um vivencia neste momento.
Para alguns, ao final das sessões, é possível optar por alguma profissão (aqui entendida como o curso superior ou outro, escolhido), para outros pode ampliar o leque da capacidade de escolher, para outros a angústia é minimizada...cada um leva o resultado de seu investimento.
É preciso compreender que o psicólogo colabora para que a pessoa lide com as questões trazidas e amplie sua consciência sobre elas; mas o psicólogo não define a escolha profissional de ninguém. Você precisa de investir em seu processo terapêutico.
Mesmo porque, cada um é responsável pelas escolhas que faz...

domingo, 16 de março de 2008

Psicoterapia familiar sistêmica.

A psicologia é uma ciência recente, iniciou-se no século XIX, em seu bojo tem várias escolas....todas procurando compreender a complexidade do ser humano, esse Ser sempre em movimento, ao mesmo tempo mantendo questões tão antigas.
Cada escola de psicoterapia busca essa compreensão baseando-se em suas crenças, valores; estes vinculados à algum autor que iniciou os estudos.
A psicoterapia sistêmica compreende que o ser humano faz parte de um sistema constituído de estruturas. A psicoterapia familiar sistêmica surge na década de 50, acreditando que a família é um sistema e o seu funcionamento afeta todos os membros; portanto não podemos perder de vista a família no tratamento.
Assim, para Elkaim (1998) “A pessoa ou família normal não existem, não existe patologia se esta for vista como falha ou defeito”.
O objetivo da psicoterapia familiar sistêmica não é que o indivíduo rompa com suas relações familiares (com seu sistema), mas colaborar para que os indivíduos encontrem seu caminho, sua liberdade, seus valores. Encontrem meios de resolver seus problemas, sem que necessitem de recorrer a sintomas.

Livros que abordam o tema
ELKAIM, Mony. Panorama das terapias familiares. Vol.1. São Paulo: Summus, 1998
GOMES,José Carlos Vitor. Manual de psicoterapia familiar. Ed.Vozes.